quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Dos lobos

Não adianta rachar o crânio dos lobos, menina
Nem partir com a mão seus maxilares
Não adianta arrancar seus dentes, menininha
E comer fora os pedaços de gengiva e carne e sangue, até que não haja nada além do branco de seu canino

Pois ainda assim aquele canino branco será insuportavelmente lobo. Os homens temerão sua forma esguia e noturna, e fugirão diante de ti. Teu riso se tornará em uivos, menina, e teus olhos serão a lua cheia. Serás um lobo para os homens, e uma loba entre os lobos.